sexta-feira, 29 de maio de 2020

Lançamentos de Livros

Lançamentos de livros da área da Educação Musical (2018 e 2019)

Nessa postagem apresentamos alguns exemplares de livros sobre a temática da educação musical, lançados nos anos de 2018 e 2019. Em uma segunda postagem, ainda apresentaremos mais alguns livros lançados nos dois últimos anos, de modo a abarcar os lançamentos das escassas publicações realizadas no Brasil com esta temática. Alguns livros são mais teóricos com discussões conceituais e temáticas e outros livros são mais voltados para ações didáticas do processo ensino-aprendizagem musical. 


1 - Especialização em Educação Musical - reflexões e pesquisas

O livro “Especialização em Educação Musical - reflexões e pesquisas" foi lançado em 2018, na base de lançamentos da 5ª Festa Literária Internacional de Maringá (Flim). Organizada pela professora do DMU (Departamento de Música), Cássia Virgínia Coelho de Souza, a obra apresenta os cursos de especialização na área de Música, especificamente na subárea Educação Musical. O livro discute a modalidade de pós-graduação, suas produções e o papel da formação na prática do profissional. O material divulga práticas, considerações e propostas, e contribui para o crescimento profissional de educadores musicais brasileiros e para transformações no ensino de música na nossa contemporaneidade.
http://www.noticias.uem.br/index.php?option=com_content&view=article&id=23258:educacao-musical-e-tema-de-livro&catid=986:pgina-central&Itemid=101


2 - Música como necessidade humana: Reflexões para a Educação



Refletir sobre o humano, cultura, vida e música se constitui a proposta desse livro, e a partir daí toma-se diversos caminhos que tem um único fim: Educação, ou seja, os caminhos da formação humana que sempre atravessam necessariamente a via poética da música. Os caminhos que a música tomou ou toma nas suas diferentes realizações implicam numa significação e ressignificação de seu fazer. Investigar, analisar e discutir esses caminhos foi a forma que a autora encontrou para compreender a relação que a sociedade atual tem com a música. E, a partir da sua experiência como educadora, propor uma reflexão sobre a música como base para educação, a música como início-meio-fim, isto é, inservível, inútil, desadjetivado, como um saber produtivo, poético, um fim em si mesmo. 
http://cidadedasartes.rio.rj.gov.br/noticias/interna/734


3 - Educação Musical na Diversidade



O livro Educação Musical na Diversidade, dos professores Thelma Sydenstricker Alvares (PPGM-UFRJ) e Paulo Amarante (Fiocruz) propõe um olhar diferenciado sobre a diferença, tratada como manifestação da natureza humana, e não como distorção. O conceito de Educação Musical da Diversidade vem se contrapor ao conceito de Educação Inclusiva, e provoca o leitor a refletir sobre o trabalho do educador nos mais diversos contextos educacionais. 
https://ppgm.musica.ufrj.br/tag/lancamento/


4 - Ensino e aprendizagens musicais no mundo: formação, diversidade e currículo com ênfase na formação humana



Este livro é resultado da 2a Conferência Internacional de Educação Musical de Sobral, realizada pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Campus Sobral. O evento teve como tema “Ensino e Aprendizagens Musicais no Mundo: formação, diversidade e currículo com ênfase na formação humana”. A UFC tem realizado, com muita competência, eventos e estudos sobre música que tornaram a região um importante polo de produção de conhecimento para a área. O livro traz textos de pesquisadores e pensadores, brasileiros, norte-americanos e europeus, que tratam de questões nacionais e estrangeiras, e trazem colaborações significativas para a compreensão e reflexão de temas relativos à educação musical brasileira e internacional. Dentre esses temas, encontra-se o da Educação Musical Multicultural, discutido aqui por David Elliott e Valerie Peters, ao qual, devido ao escopo do prefácio, gostaria de limitar minha livre reflexão. 
https://ciems.files.wordpress.com/2018/06/livro-ii-ciems.pdf


5 - Atividades musicais com crianças de até quatro anos



Esta publicação apresenta atividades de música realizadas com educadoras e crianças nas creches da Rocinha, bairro localizado na zona sul do Rio de Janeiro, participantes do Projeto Ganhando Autonomia com parceria do Instituto Dynamo. Entendemos que, ao entrarem em contato com a música na creche, as crianças vivenciam a alegria e o prazer que estão associados a todo o processo de aprendizagem, individual ou coletivo. Nas atividades, as crianças cantam, inventam sons, experimentam diferentes ritmos, e até constroem seus próprios instrumentos musicais, brincando e expressando-se livremente. Com isso, as educadoras também aprendem e todos se divertem. 
https://issuu.com/cecip6/docs/cecip_atividades_musicais_ebook


6 - Para Pensar a Docência na Educação Infantil



O livro é resultado do processo formativo dos dois cursos de especialização em docência na Educação Infantil, coordenados pela UFRGS em parceria com o MEC. Segundo o prefácio, “a coletânea produzida apresenta questões, conceitos, tensões e consensos que permeiam a Educação Infantil na contemporaneidade e, assim, contribui para ampliar a reflexão sobre a docência na educação infantil, sobre a formação de coletivos de crianças e adultos que compartilham histórias a partir de tal ou qual organização dos espaços e dos tempos, de tal ou qual forma de relação com os materiais que estão, ou não, disponíveis, sobre práticas que oportunizam ou impedem experiências de contato das crianças com o mundo – a natureza, a sociedade, a cultura”. 
O livro também foi editado em e-book e está disponível no link: https://www.ufrgs.br/einaroda/wp-content/uploads/2016/08/Para-Pensar-a-Doc%C3%AAncia-na-Educa%C3%A7%C3%A3o-Infantil-E-BOOK.pdf.

https://issuu.com/fmcsv/docs/docencia-educacao-infantil


7 - Folclore e Música Folclórica: O Que os Alunos Vivenciam e Pensam


Cristina Rolim Wolffenbüttel Pós-Doutora, Doutora e Mestre em Educação Musical pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Especialista em Informática na Educação - Ênfase em Instrumentação, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Licenciada em Música pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Coordenadora do curso de Especialização em Educação Musical na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, Unidade de Montenegro. Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul. Orientadora de bolsistas de iniciação científica e extensão em Música e Artes, da FAPERGS, CNPq e UERGS. Coordenadora dos grupos de pesquisa “Arte: criação, interdisciplinaridade e educação” e “Educação Musical: diferentes tempos e espaços”, registrados CNPq, vinculados à UERGS. Coordenadora do Programa Redes pela Leitura, e do Núcleo de Ciência, Cultura e Diversidades da Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre. Integrante da Associação Brasileira de Educação Musical, da Comissão Gaúcha de Folclore e da Fundação Santos Herrmann. 
https://editoraappris.com.br/produto/3226-folclore-e-msica-folclrica-o-que-os-alunos-vivenciam-e-pensam


8 - Aquarela de gêneros musicais brasileiros




Aquarela de gêneros musicais brasileiros: ensino musical com apreciação, práticas e criação em diferentes contextos, é um livro onde o autor empresta sua criatividade, talento e competência para oferecer ao professor e ao aluno um trabalho consistente abordando os mais significativos gêneros musicais brasileiros, através de um ensino musical coletivo incluindo o canto, o canto coral, a flauta doce, violão, acordão etc. e de variadas possibilidades de expressão e execução instrumental, sendo todas as composições autorais. O embasamento pedagógico tem como suporte importantes contribuições de Villa-Lobos, Gazzi de Sá, Orff, Suzuki e Swanwick. O livro do aluno contém algumas orientações para a utilização do material, a contextualização dos gêneros e a partitura, além de um CD de áudio com três faixas para cada canção, todas contendo as linhas de piano e percussão: uma simples para o aluno tocar a flauta ou cantar, outra com a flauta doce e a terceira base com a voz como referência para o aprendizado da canção. Integram o livro do professor algumas orientações pedagógicas, a contextualização dos gêneros e a grade completa. (adaptado da apresentação de Ermelinda Paz).
https://www.vitale.com.br/sistema/produtos/produto.asp?codigo=40044

https://www.amazon.com.br/Aquarela-G%C3%AAneros-Musicais-Brasileiros-Amaral/dp/8574074969


9 - Mão no Pé, Mão na Mão, Mão na Testa, Mão no Chão



O Livro Mão no Pé, Mão na Mão, Mão na Testa, Mão no Chão... Apresenta e discute processos criativos e de aprendizagem musical presentes nos jogos de mãos infantis. Brincadeiras como “Eu com as quatro, eu com ela, eu sem ela, nós por cima, nós por baixo!!!”, “A-do-le-ta, le petit polá, le café com chocolá, A-do-le-ta!!!”, entre muitas outras, encontram-se presentes no imaginário infantil de todo o mundo. Elas envolvem jogos de mãos, cantos, parlendas e movimentos corporais. Este universo é explorado por Fernanda Souza em seu livro Mão no pé, Mão na Mão, Mão na Testa, Mão no Chão. A obra convida a reflexão sobre o papel dos jogos de mãos no universo musical infantil e é leitura fundamental para qualquer pessoa que queira conhecer a riqueza do mundo das crianças, seus modos de ser, de pensar, de agir. No livro, Fernanda Souza apresenta uma abordagem inovadora a respeito do pensamento musical das crianças, especialmente no que se refere aos processos criativos e de aprendizagem musical colaborativa estabelecidos pelas crianças na prática dos jogos de mãos. Tais processos envolvem a constante manifestação de interações polirrítmicas e polimétricas, de criação de narrativas teatralizadas e de textos muitas vezes abstratos de forte caráter musical. 
https://educacao.curitiba.pr.gov.br/conteudo/livro-mao-no-pe-mao-na-mao-mao-na-testa-mao-no-chao/10082


10 - Cantando e brincando com Vovó Linda



Ermelinda A. Paz encerrou um ciclo de 40 anos ininterruptos (1972 – 2012) atuando como professora e pesquisadora na Escola de Música de UFRJ e no Instituto Villa-Lobos da UNIRIO, quando então produziu textos voltados para a Educação Musical e Musicologia brasileira. 2017 dá início a uma nova fase, onde o lúdico se revela através de jogos e brinquedos cantados e ocupa lugar de destaque através do Cantando e brincando com Vovó Linda - Vols. 1 e 2. No Vol. 1 – são resgatadas as canções que estiveram em voga na Educação Musical infantil entre os anos de 1940 e aproximadamente 1970 e que foram relegadas ao esquecimento. No Vol. 2 – ela nos traz as músicas da tradição oral brasileiras. Cantando e brincando como Vovó Linda é um convite ao canto, ao jogo e à brincadeira, à luz de dois importantes educadores da época – Sá Pereira e Liddy Mignone. 
https://acontece.com/m/4606-ermelinda-a-paz-esta-lancando-os-cds-cantando-e-brincando-com-vovo-linda-vol-1-e-vol-2



Professor Eliton Pereira
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quinta-feira, 28 de maio de 2020

Tv Escola

Educação Musical na TV Escola

A Educação Musical perdeu um importante espaço de ampliação de suas ações quando o atual governo extinguiu a TV Escola. Os dois vídeos que apresentamos a seguir foram relevantes no contexto do processo de inserção da música na escola e mostram alguns aspectos desse processo.

O Salto para o Futuro, foi um programa dirigido à formação continuada de professores e de gestores da Educação Básica, integra a grade da TV Escola (canal do Ministério da Educação). O Salto foi mais do que um programa de TV. Contou com um site no qual se encontra disponibilizada a publicação eletrônica Salto para o Futuro (ISSN 1982-0283) e onde eram promovidos debates em rede.

O programa era apresentado em reprise às terças e às quintas-feiras na TV Brasil e também podia ser assistido na página www.tvbrasil.org.br/webtv/ sempre às 05h30min. Atualmente, encontramos resquícios do programa somente no link: https://tvbrasil.ebc.com.br/saltoparaofuturo

Para a recepção mediada do programa, eram organizados pelas Secretarias de Educação grupos nos Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE). Além disso, o SESC Nacional também desenvolvia um trabalho de formação utilizando as séries do Salto. Há ainda relatos de utilização do programa em universidades, escolas, espaços culturais, entre outros, que podiam ser recepções compartilhadas ou livres. A participação dos professores se tornara uma marca especial do programa. Múltiplas “vozes” de todo o país foram ouvidas e os questionamentos recebidos tornaram-se constitutivos dos debates.

A emissora TV Escola foi criada em setembro de 1995, indo ao ar oficialmente no dia 4 de março de 1996. Em 12 de dezembro de 2019 foi revelado que a TV Escola seria encerrada por decisão do ministro da Educação, que não renovou o contrato de gestão com a ACERP, associação que gere a emissora.

O link dos vídeos sobre educação musical, apresentados a seguir, levam para a Wikipédia sobre a "Empresa Brasil de Comunicação" (mais conhecida pela sigla EBC - https://www.ebc.com.br/), que é uma empresa pública federal que possui um conglomerado de mídia no Brasil, tendo sido criada em 2007 para prestar serviços de radiodifusão pública e gerir as emissoras de rádio e televisão públicas federais. Também é responsável pela EBC Serviços, ramo que produz "A Voz do Brasil" para a Secretaria de Governo da Presidência da República, gerencia a Rede Nacional de Rádio, licencia os programas dos veículos da EBC, fornece monitoramento e análise de mídias sociais e realiza todo o trabalho de publicidade legal para os órgãos da administração pública federal.


Salto para o futuro: de segunda a sexta, TV Escola - 19h, TV Brasil - 5h50 (2011)

A série, a qual pertence o vídeo a seguir, tem como proposta fomentar a discussão sobre a música nas escolas, com base na implementação da Lei 11769/08. Diferentes abordagens propostas  para a educação musical, ao longo do tempo, serão analisadas, bem como será enfocada a diversidade musical e possíveis metodologias de ensino da música. Experiências musicais que já acontecem nas escolas brasileiras serão apresentadas como base para reflexão e subsídio para a inclusão da música nos currículos.

Salto para o Futuro - Educação musical escolar (reprise) - 17 de dez. (2012)

Além dos vídeos, foi elaborado e publicado um boletim (em formato de livro) com textos que abordam alguns fundamentos sobre a educação musical no contexto da escola de educação básica (SALTO PARA O FUTURO, 2011). O boletim tem a seguinte estrutura:
  • Apresentação da série (Rosa Helena Mendonça)
  • Introdução: Educação musical escolar (Sérgio Luiz Ferreira de Figueiredo)
  • Texto 1: Educação musical e legislação educacional (Sérgio Luiz Ferreira de Figueiredo)
  • Texto 2: Diversidade musical e ensino de música (Luis Ricardo Silva Queiroz)
  • Texto 3: Música nas escolas (Luciana Marta Del-Ben)
  • Texto complementar: Formação do professor de música: demandas novas e emergentes (Cristiane Galdino)


Referências:



Salto para o Futuro - Educação musical escolar. Ano XXI, Boletin 08, junho de 2011. Disponível em: <http://files.marconeves.webnode.com.br/200000054-a8549a94e8/Edu.MusinaescolaSaltoFuturo.pdf>





Professor Eliton Pereira
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quarta-feira, 27 de maio de 2020

Fontes Científicas


Principais Fontes de Dados Científicos sobre Educação Musical no Brasil

Apresentamos aqui os principais links de acesso às bases de dados de dissertações e teses, assim como links de Anais de congressos e simpósios das principais associações de classe e, ainda, links das revistas que publicam artigos com temática da Educação Musical.

Listamos a seguir as bases de dados relacionadas à produção científica em Educação Musical, nas quais é possível fazer buscas de dissertações e teses:

Também consideramos relevante listar as principais associações de classe ligadas à Educação Musical, as quais organizam eventos regionais e nacionais e publicam Anais com resumos e artigos completos de comunicações de pesquisas na área da Educação Musical:
·     Anais do Congresso da ABEM (Associação Brasileira de Educação Musical): <http://www.abemeducacaomusical.com.br/congressos_realizados.asp>;
·     Anais do Simpósio da ABCM (Associação Brasileira de Cognição e Artes Musicais):<http://www.abcogmus.org/new_abcm/index.php/anais-simcam-all/anais-de-eventos>;
·     Anais do Congresso da FAEB (Federação de Arte Educadores do Brasil): <http://faeb.com.br/anais-faeb.html>;

Do mesmo modo, consideramos importante conhecer as revistas científicas da área de Educação Musical, Artes e Música no Brasil, que publicam artigos com a temática da Educação Musical:
·     Revista da ABCM:
·     Revista Percepta:
·     Revista Opus: <http://www.anppom.com.br/opus/pt-br/opus>;
·     Revista Brasileira de Música: <http://musica.ufrj.br>;
·     Revista Orfeu: <http://revistas.udesc.br/index.php/orfeu>;
·     Revista NupeArte: <http://revistas.udesc.br/index.php/nupeart>;
·     Revista Em Pauta: <http://www.ufrgs.br/ppgmusica/empauta/>;
·     Revista Permusi: <http://www.musica.ufmg.br/permusi/>;
·     Revista Hodie: <http://www.musicahodie.mus.br/>;
·     Revista Música em Contexto: <http://periodicos.unb.br/index.php/Musica>;
·     Revista Música em Perspectiva: <http://revistas.ufpr.br/musica>;
·     Revista Eletrônica de Musicologia: <http://www.rem.ufpr.br/numeros.html>;
·     Música Popular em Revista:
·     Scias – Arte/Educação: <http://revista.uemg.br/index.php/SCIAS>;
·     Revista Nas Nuvens: <http://revista.uemg.br/index.php/NasNuvens>;
·     Revistas da Universidade Federal de Santa Maria: <http://periodicos.ufsm.br/>;
·     Revista Vórtex: <http://vortex.unespar.edu.br/>;
·     Revista Pesquisa e Música:
·     Revista Arte e Inclusão: <http://www.revistas.udesc.br/index.php/arteinclusao>;
·     Revista DigitalArt: <http://revistadigitalart.blogspot.com.br/>;

Principais Revistas do campo da Educação no Brasil com publicações em Educação Musical:
·     Revista comunicação e Educação – USP: <http://www.revistas.usp.br/comueduc>;
·     Revista Educação em questão: <http://www.revistaeduquestao.educ.ufrn.br>;
·     Educação – PUC-RS: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced>;
·     Revista Educação e fronteiras: <http://ojs.ws.ufgd.edu.br/index.php?journal=ead>;
·     Revista Educação especial: <http://periodicos.ufsm.br/index.php/educacaoespecial>;
·     Revista Educação e pesquisa: <http://www.educacaoepesquisa.fe.usp.br>;
·     EntreIdeias: Educação, cultura e sociedade:
·     Revista eletrônica de Educação UFSCar: <http://www.reveduc.ufscar.br>;
·     Revista Educação – UNG: <http://revistas.ung.br/index.php/educacao>;
·     Revista Educação e realidade:
·     Educação em perspectiva:        
·     Revista reflexão e ação: <https://online.unisc.br/seer/index.php/reflex>;
·     Educação em revista:
·     Revista Educação e filosofia: <http://www.seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia>;
·     Revista zero a seis – Educação infantil:
·     Educere – revista da Educação da UNIPar:
·     Revista científica da UFPA: <http://www.cultura.ufpa.br/rcientifica/>;
·     Educação, arte e história da cultura:
·     Revista teoria e prática da Educação: <http://www.dtp.uem.br/rtpe/>;
·     Revista eletrônica Thesis: <http://cantareira.br/site/thesis/>;
·     Revista Interação: <https://www.revistas.ufg.br/interacao>;
·     Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade:
·     Ideias – Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP: <http://www.ifch.unicamp.br/>;



Professor Eliton Pereira
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terça-feira, 26 de maio de 2020

Blog reúne informações

Blog reúne informações sobre educação musical

Criado: Segunda, 25 de Maio de 2020, 16h40 | Última atualização em Terça, 26 de Maio de 2020, 16h51


Projeto é uma iniciativa de docente do Câmpus Goiânia e busca envolver licenciandos em música da unidade

imagem sem descrição.

Alunos do curso de Licenciatura em Música do Câmpus Goiânia do Instituto Federal de Goiás (IFG) e de outras instituições, além de demais interessados em educação e música têm agora mais um espaço com informações referentes à essas áreas. Trata-se do Blog Educação Musical, plataforma criada pelo professor Eliton Perpétuo Rosa Pereira, vinculado ao curso de Licenciatura em Música do câmpus. O blog já está disponível para acesso no endereço: https://blogeducacaomusical.blogspot.com

De acordo com o professor, o projeto de disponibilizar a plataforma tem como objetivo ser um ponto de referência para o acesso a conteúdos sobre a área de educação musical e que converse com o campo de conhecimento prático, profissional e acadêmico. A ideia surgiu da necessidade de se realizar postagens mais amplas e explicativas sobre conteúdos que fossem relevantes para professores de música e futuros profissionais da educação musical.

O blog compõe mais uma das ações do Câmpus Goiânia durante o enfrentamento à pandemia da Covid-19, que levou à suspensão do calendário acadêmico no IFG. “O momento de isolamento social não impede o compartilhamento de saberes. Existe muita informação que pode ser divulgada nesse atual momento de pandemia, as quais podem ser transformadas em conhecimento por nós, como sujeitos aprendentes que somos. Assim, a internet se torna uma forte aliada no fortalecimento da comunicação, ampliando a possibilidade do acesso a saberes, mesmo quando estamos isolados”, afirma Eliton.

No blog, o leitor consegue acessar conteúdos da área, além de informações ligadas a associações, projetos, cursos livres, formações acadêmicas específicas, eventos e publicações que surgem tendo a educação musical como foco. A seleção do material a ser divulgado, segundo o professor, se dá por meio de critérios de disponibilidade dos autores ou de conteúdos de acesso aberto encontrados na web, “desde que considerados relevantes para o fortalecimento do que chamamos de saberes essenciais da profissão na era do conhecimento”, acrescenta. O professor reforça ainda que outro critério usado é a escrita acadêmica, com necessidade de uso de referências bibliográficas, digitais e/ou artísticas.

Além de oferecer informação aos estudiosos e profissionais da área da educação musical, o blog também tem a intenção de trazer os licenciandos em Música do Câmpus Goiânia para a produção de conteúdo. Pelo projeto, os alunos que participarem da elaboração das postagens por meio de pesquisas e elaboração de textos receberão uma declaração compatível com a quantidade de horas trabalhadas, sendo computada uma hora para cada postagem em que participar efetivamente.

A previsão, ainda de acordo com o docente, é que o blog seja alimentado até dezembro deste ano, contabilizando 150 postagens sobre educação musical. Até o momento, a página conta com publicações relacionadas a novas tecnologias no ensino da música, música na educação básica, etapas da educação musical, epistemologia da educação musical, entre outras.

Acesse o blog da Educação Musical.

 

Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia

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segunda-feira, 25 de maio de 2020

Educação Musical e Novas Tecnologias

Questões Emergentes em Educação Musical Escolar no Uso de Novas Tecnologias

O ensino de música no Brasil dentro do contexto escolar, possui um histórico complexo, que levou a música a ter dificuldades de se manter como disciplina autônoma na educação básica. Contudo, dentre as propostas existentes, é necessário realizar uma opção tanto no aspecto das filosofias e perspectivas educativo-musicais históricas, quanto dos objetivos, metodologias, estratégias e ações, para que o ensino seja planejado, executado e avaliado com sucesso neste contexto.

Nesse sentido, a utilização dos meios tecnológicos no ensino musical oferece soluções que põem em prática, ações que suprem algumas necessidades, mas, também, mostram-se como um desafio para a integração de conhecimentos diversificados, como o conhecimento pedagógico – curricular – artístico e tecnológico. Inicialmente, o diálogo entre a música, educação e as NTIC’s provocou objeções de toda ordem. Dizia-se que a tecnologia era coisa fria e racional, não servindo aos desígnios artísticos, que ela afastaria o homem da arte e traria um grande desemprego aos professores e músicos tradicionais. Essa atitude de medo e desconfiança de músicos e educadores, que não se davam conta que esta parceria era antiga, dissolveu-se ao longo dos últimos trinta anos. O desemprego não aconteceu e os músicos tradicionais e pedagogos passam a consumir e utilizar-se da tecnologia para editar partituras, fazer arranjos e automatizar o ensino de solfejo (Krüger, 1999).

Teclado musical

A era tecnológica fortificou-se com a chegada do século XXI e o conceito de arte está sendo repensado e revisto. Composições recentes, tanto da área classificada como Erudita, em obras de Luciano Berio (Folcksongs), Gilberto Mendes (Beba Cola-cola), Chico Mello (John Cage na Praia), Tato Taborda (Samba do Crioulo Doido); quanto na área classificada de Popular, com Arrigo Barnabé, Hermeto Pascoal, Egberto Gismonti, mostram que os muros entre o erudito e o popular, vanguarda e tradição, internacional e regional estão sendo rompidos ou diminuídos. A aldeia ficou global, a interdisciplinaridade é o dia-a-dia, a transdisciplinaridade ganha adeptos e o multiculturalismo ganhou as ruas (Souza, 2001).

E, como todo este Mundo Novo está se refletindo na Educação Musical?

Educadores como Dalcroze, Orff e Kodály renovaram com seus métodos alguns aspectos do ensino da música, mas é a partir dos anos 40 com o movimento, Música Viva, criado por Koellreutter e, nos anos 60, com novo impulso trazido pelas Oficinas de Música que a presença da música contemporânea se fez presente, ainda que como sombra, na educação musical brasileira (Campos, 1988). No final da década de 60, surge no Brasil, no Instituto Villa Lobos (RJ), os primeiros trabalhos de Oficina Musical com Esther Scliar e Reginaldo de Carvalho. Na década de 70, na Universidade de Brasília, outras Oficinas de Música foram desenvolvidas por compositores como Sceko e Carlos Karter (Cunha e Martins, 1998).

As novas maneiras de tratar o fenômeno sonoro e a coexistência de outras áreas levaram à elaboração de uma nova linguagem. A utilização dos novos meios de produção musical exigiu outras maneiras de se descrever o som e uma maior flexibilidade de manipulação dos parâmetros do som. O vocabulário musical, nas formas de descrever, representar e relacionar o fenômeno sonoro foi modificado. As transformações geradas pelo uso desses novos meios de produção musical, aliadas às novas concepções no campo científico sobre o que é conhecimento e sobre como o indivíduo constrói conhecimento, exigem que tenhamos novas atitudes quanto à aprendizagem musical.

Esse novo ambiente composto pelo indivíduo, que atua por meio de diversas ferramentas utilizando-se de uma linguagem musical multifacetada, gera novos padrões estéticos e sonoros. Assim, o enfoque educacional tem que levar em consideração todos os elementos que compõem esse cenário, a fim de propiciar ambientes de aprendizagem que levem o indivíduo a agir, a refletir e a expressar suas ideias. E assim, as experiências acumuladas pelos Métodos Ativos (Dalcroze, Orff e Kodály), pelas Oficinas de Música e outras formas de ensino musical de vanguarda necessitam estar presentes na concepção de softwares educativos musicais.

Na concepção de tais ambientes de aprendizagem o computador apresenta-se como uma ferramenta importante que viabiliza uma nova forma de resgate, descrição e representação do conhecimento, apontando para novas perspectivas na exploração e criação musical. A tecnologia emergente aliada a esta nova linguagem musical pouco ou nada está presente na educação básica atual, sendo utilizada apenas no âmbito da criação musical no ensino superior. Outro fator desagregador é o fato da grande maioria de softwares de música, ditos pedagógicos, serem desenvolvidos com objetivos meramente comerciais e assim não contemplarem os conteúdos e conceitos desta nova estética.

Nesse sentido, Cunha (Cunha e Martins, 1998) pontua alguns aspectos essenciais para a avaliação de softwares de Educação Musical. Inicialmente, o software pedagógico musical deve ser multicultural. No sentido de ampliar o conhecimento sonoro para várias culturas, seus instrumentos musicais e formas de organização sonora. Ele deve promover o desenvolvimento de uma escuta sem julgamentos, apreciando os sons pela sua forma e textura, sem preconceitos. No qual se utiliza todo o universo das várias culturas como ampliação da fonte de estímulo para a criação sonora. O software, também, deve ser interdisciplinar. Deve promover a integração da música com as outras formas de expressão com a utilização de imagens, palavras e movimento como pontos geradores para a improvisação e criação musical. Compreensão do fenômeno acústico. Manipular e trabalhar os parâmetros sonoros: altura, duração, dinâmica, timbre e espacialização. Deve propiciar a criatividade, no sentido de brincar com os sons da mesma forma que brincamos com cores, formas e argila, um tatear sonoro, modificando o timbre, altura do som, sem preocupação de organizar esse material necessariamente. Outro fator relevante é a interação Máquina/Aprendiz, pois a elaboração de ambientes computacionais de criação musical deve ter uma sustentação pedagógica para que tais ambientes não percam em interação. Sem tal sustentação, corre-se o risco de que tais ambientes possam ser reduzidos em seus propósitos e meios, ocasionando solicitações deficitárias, por não ser respeitada a complexidade cognitiva dos indivíduos (Cunha e Martins, 1998).

Música na escola

Em razão destas possibilidades, acredita-se que o ganho no uso do computador para o contexto de aprendizagem está vinculado ao apoio para a viabilização e explicitação de ideias musicais. Um sistema de representação computacional deve dar suporte e facilitar o processamento dessas ideias. No qual o indivíduo terá, também, mais oportunidades de expressar e trabalhar seu conhecimento, permitindo assim a criação de possibilidades mais diretas e diversificadas. Acredita-se que os avanços tecnológicos devem estar disponíveis na educação musical como um todo - não apenas em seus níveis mais avançados, como o da composição, mas em qualquer processo criativo sonoro-musical, de experimentações e improvisações. Um ambiente computacional voltado à experimentação musical deve favorecer a atuação das pessoas que estejam ingressando na área, de forma que eles possam conceber e executar suas criações musicais num contexto autônomo de tomada de decisões. Acredita-se que é preciso manter sempre um princípio que garanta a exploração, criação, depuração e compreensão do processo pelo aprendiz. Alguns aplicativos abordam um determinado assunto em profundidade. Outros apresentam noções básicas de categorias: teoria musical, história da música, percepção musical. As enciclopédias dispõem de informações sobre instrumentos musicais. A Internet já vem sendo explorada tanto pelos educadores, em busca de formação e informações, como pelos alunos; funcionando como uma imensa biblioteca para pesquisas de informações, recursos e arquivos.

Toda esta nova gama de recursos para a aprendizagem musical tende a desenvolver novos processos de apropriação de conhecimentos. Estes processos devem ter como foco não somente os objetivos e resultados relacionados aos aspectos técnicos ou materiais, mas, também, focar na consciência sobre as consequentes mudanças nos níveis didático-pedagógicos e efeitos cognitivos.

Referências:
Campos, Denise Á. (1988). Oficina de música: uma caracterização de sua metodologia. Goiânia, Cegraf/UFG, Dissertação de mestrado – Faculdade de Educação da UnB, Distrito Federal.
Cunha, Glória; Martins, Maria C. (1998). Tecnologia, Produção & Educação Musical: Descompassos e Desafinos. congresso ribie, 4., 1998, Brasília. Anais… São Paulo: Unicamp.
Kruger, Susana E. et al. (1999). In: Desenvolvimento de Software para Educação Musical: um Projeto Interdisciplinar. VI Simpósio Brasileiro de Computação. Rio de Janeiro.
Souza, Maria J. A. (2001). Informática educativa na educação informática: estudo de geometria no ambiente do software cabri-géomètre. Dissertação de Mestrado. FACED/UFC, Fortaleza


Professor Eliton Pereira
O Blog da educação musical tem por objetivo ser um espaço para divulgação de ações, projetos, cursos, eventos e publicações da área da educação musical no Brasil.
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sexta-feira, 22 de maio de 2020

Precursores dos Métodos Ativos

A Educação Musical antes dos Métodos Ativos

No contexto da Educação Musical são muito difundidos os métodos ativos, mas uma questão a ser colocada é como era a educação antes desse processo de renovação? Quem foram os predecessores dos métodos ativos? Como se deu esse processo de mudança no contexto do ensino de música?

Colwell et al (2016) explicam que a Educação Musical nos Estados Unidos da América e México possui origem parecida. Nos Estados Unidos o início se deu por influência da religião protestante, já no México, assim como no Brasil, por influência de missionários católicos. A mesclagem da música nativa com a música europeia trazida pelos colonizadores, gerou muitas modificações no contexto da produção musical e, por consequência, nos processos de ensino-aprendizagem da mesma. 
Para Kiefer (1977), no Brasil, é evidente a influência da cultura africana na musicalidade do povo e isto influenciou significativamente a produção de estilos, gêneros musicais e de sentidos culturais que objetivamente deram contornos singulares aos processos de ensino de música.
O período inicial das colônias das Américas, do Sul e no Norte, parece ser muito semelhante, havendo confluências culturais entre música europeia religiosa, música africana e algum resquício da música dos povos locais, no caso do Brasil, da música indígena. Deste modo, a Musicologia histórica e a etnomusicologia contribuem significativamente para compreendermos os processos de ensino e aprendizagem da música nos idos dos séculos XVI e XVII, estando o ensino de música mais vinculado aos serviços das igrejas católicas e protestantes (Cuervo, 2010).

Na Europa a tradição seguia o ensino individual de instrumento como padrão da relação ensino-aprendizagem em música, cujo sistema de ensino, geralmente circunspeto por um músico experiente e seus poucos alunos, tinha o objetivo de formar novos músicos para compor os grupos orquestrais ou coros para os serviços eclesiásticos, ou servia como um hobby a membros da corte ou da burguesia em ascensão dos períodos anteriores ao século XX (Grout e Palisca, 2001). 
Do mesmo modo, no Brasil e nos países americanos, a Educação Musical anterior aos métodos ativos, possuía um caráter de instrução instrumental ou do canto, com objetivos performáticos e não havia uma preocupação com a generalização da música para todos os membros da sociedade.
Não objetivando historicizar detalhadamente esses períodos, cabe compreender que a Educação Musical tinha uma função social diferenciada ao seu papel atribuído na atualidade. Deste modo, com base em Colwell et al (2016), Grout e Palisca (2001) e Morgan (1947), podemos dizer que a música ocupava, na sociedade ocidental moderna, basicamente os seguintes espaços sociais:
  1. O contexto religioso;
  2. Os momentos de saraus e festas em família;
  3. Divertimento nos salões e casas noturnas;
  4. Teatros e casas de concerto.
Nesta época a Educação Musical tradicional tem uma produção de conhecimento ligada aos manuais de ensino escrito pelos compositores, geralmente partituras com objetivos pedagógicos e ainda pela historicidade das ações relativas ao aprendizado em música, sempre vinculado à história das elites sociais, à teoria musical e à biografia dos compositores ou músicos instrumentistas ou cantores (Grout e Palisca, 2001). Aqui a relação entre Educação Musical e Musicologia histórica se faz presente de modo que uma não pode se dar sem a outra (Morgan, 1947). 
Outra abordagem que vai fortalecer a configuração a Educação Musical como área de formação humana é a temática da filosofia da Educação Musical, sempre influenciada pela filosofia da educação geral e pela filosofia da arte, pelas suas várias vertentes e tendências. A relação entre mudanças sociais, filosóficas, religiosas e políticas do final do século XIX vão contribuir para uma nova concepção de sociedade, de Educação e de Educação Musical.

Segundo Amado (2007), Cambi (1999) e Fonterrada (2008) a revolução francesa exerceu significativa influência na educação popular, alargando os domínios do ensino para formação humana, de modo que no século XIX surgiram as escolas de música, contexto no qual a Educação Musical de crianças ganha atenção das famílias burguesas. Neste contexto aparece a figura de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), que foi “o primeiro pensador da educação a apresentar um esquema pedagógico especialmente voltado para a Educação Musical” (Fonterrada, 2008, p. 51). Por ser um filósofo importante no contexto da educação iluminista e também humanista, Rousseau exerceu significativa influência nas futuras propostas a serem criadas no contexto da Educação Musical, as quais também tiveram influência de Pestalozzi, Herbart e Fröbel.
Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827), educador suíço, contribui com uma proposta de aprendizagem que tem por base a experimentação prática e a afetividade envolvida no processo pedagógico. Fonterrada explica as principais contribuições de Pestalozzi para a Educação Musical.

"A educação, de acordo com seu entendimento, é o desenvolvimento natural, simétrico e harmonioso de todas as faculdades da criança. Sua pedagogia é uma reação aos costumes bárbaros de punição, tão comuns nas escolas de sua época." (Fonterrada, 2008, p. 51).

Figura 1 - Rousseau, Pestalozzi, Herbart e Fröbel.

De acordo com Bauab (1960) as ideias de Pestalozzi contribuíram significativamente para se pensar a formação integral do ser humano com a música fazendo parte deste processo. 
Com base em Bauab (1960) e Fonterrada (2008) podemos sintetizar os princípios das ideias educativas musicais de Pestalozzi como: a) ensinar os sons antes das grafias; b) atenção à percepção sonora; c) ensinar ritmo, melodia e expressão passo a passo; d) criar processos de ensino mediante a experiência prática. 
Além de Pestalozzi, outra figura importante no contexto da construção desta base filosófica e pedagógica foi Johann Friedrich Herbart (1776-1841). Herbart é conhecido como o fundador da pedagogia como disciplina acadêmica e tinha por base as atividades rotineiras no contexto da aprendizagem apesar de apoiar-se também na psicofísica e na psicologia nascente em sua época. Segundo Fonterrada (2008), Herbart se orienta para uma educação formalista. Para ele a vida mental tem dois aspectos, os formais (lógicos) e os materiais (físicos), de modo que se preocupa em relacionar o novo ao já adquirido e em obedecer às etapas de aprendizagem dos alunos. Fonterrada destaca as principais contribuições de Herbart para a Educação Musical.

"De Herbart derivam as preocupações com a metodologia de ensino, que se intensificam a partir do século XIX, com os conhecimentos da psicologia e que, ainda hoje, ocupam lugar importante na organização escolar." (Fonterrada, 2008, p. 53).

Além de Herbert, outro educador que contribuiu para se considerar a Educação Musical como componente da formação humana foi Fröbel, cujo nome completo é Friedrich Wilhelm August Fröbel (1789-1852), um pedagogo alemão que tinha suas raízes na escola Pestalozzi. Tanto Amado (2007) quanto Cambi (1999) explicam que Fröbel tinha, assim como Rousseau, Pestalozzi e Herbart, uma preocupação comum com a criança e com o seu ensino. Fonterrada (2008) explica que Fröbel advogava a inclusão do canto e de outras artes nas escolas. Deste modo estes educadores iluministas trazem uma contribuição para superação da abordagem educativa medieval. 
Nesse sentido, é possível compreender as bases da Educação Musical, partindo também da história da música, da musicologia histórica e sistemática, da filosofia da educação e das pedagogias tradicionalmente voltadas para o ensino de instrumentos musicais e do canto. Essas bases serão significativamente inspiradoras dos métodos ativos do ensino de música. Em primeiro lugar porque os métodos ativos possuem um objetivo democratizante, e em segundo lugar, porque eles são voltados para a aprendizagem prática e inclinados ao ensino de música para todos. Alguns métodos são mais preocupados com o ensino de música como disciplina para formação de músicos e outros mais voltados para a musicalização infantil, cuja preocupação também se dá para a formação humana integral, cujas filosofias e procedimentos recebem influências de Rousseau, Pestalozzi, Herbart e Fröbel.

Colwell et al (2016) explica que no século XIX surgem as primeiras escolas particulares de caráter profissionalizante em música. Em 1794 é criado o conservatório de Paris e em 1822 é fundada The Royal Academy of Music em Londres. Esse modelo se espalha por toda a Europa e chega aos Estados Unidos da América. No Brasil é fundado em 1845, o Conservatório Brasileiro de Música no Rio de Janeiro (Fonterrada, 2008).
O modelo conservatorial passa a dominar o contexto dos primeiros movimentos práticos de formação de músicos em contexto acadêmico (Bauab, 1960). Cowell (2010) explica que ao longo do século XX muitos conservatórios foram absorvidos pelas universidades Norte-Americanas, o que ocorreu em grande escala também no Brasil (Fonterrada, 2008). Na Europa o sistema de ensino em conservatórios se tornou mais fixado e autônomo em relação ao sistema acadêmico das universidades, porém em muitos países há uma estreita relação entre a produção musicológica e produção acadêmica pedagógica musical, mesmo havendo essa autonomia em relação à formação e pesquisa dos universos conservatoriais e acadêmicos.

É neste contexto das escolas independentes de arte que vão surgir os primeiros métodos ativos para o ensino de música. Chegando ao início do século XX identificamos nomes que sustentam a abordagem moderna de Educação Musical – cujas propostas fundamentam e influenciam projetos de ensino musical em diversos contextos pedagógicos – os quais são: Émile Jaques-Dalcroze (1865-1950), Edgar Willems (1890-1978), Zoltán Kodály (1882-1965) e Carl Orff (1895-1982).
Figura 2 - Dalcroze, Willems, Orff e Kodály.

Referências:
Amado, C. M. M. (2007). História da Pedagogia e da Educação – Guião para acompanhamento das aulas. Évora: Univ. de Évora.

Bauab, M. (1960). História da Educação Musical. Rio de Janeiro: Editora Organizações Simões.

Cambi, F. (1999). História da Pedagogia. Tradução de Álvaro Lorencini. São Paulo: Editora da UNESP.

Colwell, R. et al (2016). Music education. Grove Music Online. Oxford Music Online. Oxford University Press. Accessed: <http://www.oxfordmusiconline.com/subscriber/article/grove/music/A2242324> dez. 2016.

Cuervo, L. (2010). Educação Musical no Brasil: enfoque sócio histórico da colônia ao império. Departamento de Música – UFRGS. Práticas vocais para a Educação Musical. Material didático. Porto Alegre. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/musicalidade/midiateca/educacao-musical/ovas-educacao-musical/edmusicalbrasil_3.swf> jul. 2017.

Fonterrada, M. T. de O. (2008). De tramas e fios: um ensaio sobre Música e Educação. São Paulo: Editora UNESP.

Grout, D. J; Palisca, C. V. (2001). História da Música Ocidental. Lisboa: Gradiva.

Kiefer, B. (1977). História da Música Brasileira. Porto Alegre: Movimento, 1977.

Morgan, H. N. (ed). (1947). Music Education Source Book: Chicago Music educators national conference. Chicago, Illinois.

Professor Eliton Pereira
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A Acessibilidade na Educação Musical

Sou Fabrícia Eges Ferreira Azevedo, cantora, compositora, tecladista, aluna do curso de licenciatura em música do IFG Campos Goiânia. Sou um...